quinta-feira, 14 de abril de 2016

A Exortação do Amor

Em exortação do amor, que gerou polêmica por tratar de tabus, papa pede tolerância

Francisco evitou romper com posições tradicionais da Igreja. Foto: Arquivo
O papa Francisco publica hoje (8) um dos documentos mais importantes produzidos desde que se tornou o bispo de Roma, em 2013. A exortação apostólica “Amorislaetitia”, que significa “a alegria do amor”, será apresentada após quase dois anos de trabalho e da realização de dois Sínodos de Bispos para discutir temas ligados ao amor e à família.
Durante meses, os debates sobre o documento geraram polêmicas por ele tratar de assuntos antes considerados tabu pela Igreja. A expectativa era a de que ele tratasse de questões como o casamento entre homossexuais e a comunhão de divorciados que voltaram a se casar.
Segundo fontes que tiveram acesso ao documento antes da sua publicação, marcada para as 7h, a exortação evita romper com as posições tradicionais da Igreja e mantém as determinações tradicionais do Vaticano.
Ela dá, porém, um passo importante no sentido de aceitar e integrar as pessoas que antes poderiam acabar excluídas.A ideia central, afirmam essas fontes, é de acolhimento e tolerância, e de que o amor é mais importante do que a imposição de regras.
O documento não muda a proibição de matrimônio entre homossexuais, por exemplo. Também indica a continuação da interdição à comunhão de pessoas que se divorciaram e voltaram a se casar. Mas defende que essas pessoas devem ser integradas e aceitas entre os católicos, em vez de marginalizadas.
Pessoas que leram a exortação antecipadamente dizem ainda que quase nada vai mudar nas regras da Igreja, mas que a ênfase deixa de ser o cumprimento dessas regras para ser a defesa do amor e a educação afetiva.
O documento defende que as pessoas tenham seus casos considerados individualmente e que as coisas deixem de ser tratadas de forma generalista. No lugar de romper com a tradição, o documente pede que as regras da Igreja não sejam postas acima das pessoas, pois só valem na medida em que ajudam as pessoas a serem capazes de amar, afirmaram as fontes.

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