domingo, 31 de maio de 2015
segunda-feira, 4 de maio de 2015
Demora no funcionamento de nova maternidade prejudica Hospital da Mulher
Saúde pública materno-infantil
Enquanto a
maternidade da zona norte passa por readequações, o hospital da mulher mãe
luzia sofre com superlotação
Por Cindy Medeiros
Com a obra
aparentemente pronta, a Maternidade de Risco Habitual localizada na zona norte
de Macapá, ainda não foi inaugurada. Lançada em 2013, a construção da
maternidade a princípio foi destinada apenas para mães sem riscos de gravidez,
com capacidade para 20 leitos, 8 consultórios e berçário. Porém a obra teve que
passar por reformas para atingir outros serviços, além de prestar auxílios
apenas para mulheres sem complicações na hora de ter o bebê. Mas conforme os
dias passam, mais a dificuldade de prestar um atendimento eficaz cresce no
Hospital da Mulher Mãe Luzia, até então a única maternidade ativa da capital.
Diariamente, médicos e enfermeiros precisam dar conta do enorme número de casos
que aparecem no hospital.
Segundo o Ministério
da Saúde, é preciso ampliar o número de leitos obstétricos de acordo com a
necessidade da população de uma região. O que não aconteceu com a Maternidade
Mãe Luzia, existente desde 1953, que não acompanhou o crescimento demográfico
da cidade. Além disso, não há como humanizar as instalações presentes no
ambiente que futuramente ainda irá passar por uma ampliação. De acordo com a
diretora da instituição, Nirce Carvalho, é muito importante o funcionamento da
nova maternidade de Risco Habitual devido ao número de habitantes que tem em
Macapá. “Nós somos a única maternidade de referência de Macapá; precisaria de
pelo menos 500 leitos para atingir a demanda”, ressalta.
Para a autônoma Nilva
Maria Ramos, de 36 anos, foi uma dificuldade imensa conseguir o nascimento de
seu bebê. Com uma gravidez de risco, e depois de três tentativas ao ir à
maternidade, a amapaense teve que realizar todo o trabalho de parto em uma
cadeira de rodas, devido não haver mais lugar para o possível parto. “Me
mandaram sempre embora, mas quando foi a última vez não aguentei chegar na sala
de parto e acabei tendo na cadeira de rodas”, relata a mãe da pequena
Valentina.
Já a cidadã amapaense
Márcia Silva, de 41 anos, o caso foi diferente. Mas o problema não deixa de ser
o mesmo. Depois de ter descoberto em uma consulta da perda de seu bebê, Márcia
precisou fazer a devida curetagem. Porém, teve que esperar duas noites dividindo
uma maca com outra mulher que estava também no aguardo de atendimento, sendo
raramente examinada e medicada.
De acordo com a
diretoria geral da maternidade Mãe Luzia, há apenas 142 leitos distribuídos nos
setores de obstetrícia, ginecologia, berçário e tratamento. Com o impedimento
de atender toda a demanda que se encontra na organização, a nova instituição
com um número de leitos maior precisaria equilibrar a superlotação que existe
no Hospital da Mulher. Mas enquanto há a paralisação do funcionamento da
maternidade, o hospital mãe luzia precisa lhe dar com as dificuldades que existem
no atendimento à paciente. “A maternidade de risco habitual foi destinada para
pacientes de parto normal, mas mesmo sendo normal de uma hora para outra ele
pode modificar em cirúrgico. É por isso que a maternidade da zona norte ainda
não foi inaugurada, devido a construção de um centro cirúrgico”, ressalta a
diretora Nirce Carvalho.
Importância da nova maternidade
para Rede Cegonha
A Rede Cegonha é um programa
nacional que visa realizar uma organização da assistência ao parto e ao
nascimento, ela prevê que atue em 4 componentes básicos: qualificação do pré-natal;
parto nascimento; puerpério e apoio sanitário e regulação de leitos. Essa
estratégia tem como objetivo a importância da saúde materno-infantil. Para os
integrantes do programa, é imprescindível a presença da nova Maternidade na
cidade, pois é necessário ter o devido cuidado com a saúde da mulher grávida e
adiante um nascimento e crescimento saudável à criança.
Segundo o
especialista enfermeiro obstetra e integrante da Rede Cegonha, Ronaldo Sarges,
com a nova instituição à capital se espera não só um atendimento eficiente à
mulher, mas ao recém-nascido e também ao seu acompanhante. “É necessário ainda
ter mais maternidades em pontos estratégicos da cidade. A maternidade da zona
norte irá amenizar o problema mas não solucionará a demanda que nós temos”,
acrescenta.
“Como diz o médico
francês Michel Odent, para mudar o mundo é preciso mudar o jeito de nascer.
Qualificar e ampliar a assistência pré-natal, humanizar o auxílio ao parto,
garantindo boas práticas baseado em evidências científicas, a presença da
família em uma ambiência adequada ao parto”, finaliza Ronaldo.
sexta-feira, 1 de maio de 2015
Lava-jatos e poluição dos lençóis freáticos: uma questão de saúde pública
A falta de saneamento básico na cidade Macapá é responsável pela
poluição dos lençóis freáticos e oferece perigo à saúde da população
A
questão dos estabelecimentos de lavagem de carros vai muito além do desperdício
abundante de água. Em uma lavagem de carros, além de lama, retiram-se graxa, gasolina,
sabão e óleos oriundos de possíveis vazamentos ou de restos desses materiais
que se aderem ao veículo, ao longo do tempo de uso.
Em ruas
pavimentadas, a água com esses resíduos químicos escorre diretamente para o
rio, áreas de ressacas, canais ou lagos, pois o asfalto é impermeabilizante,
não permitindo o contato direto da mesma com o solo e, consequentemente, não
ocorrendo absorção e infiltração da água. Já em vias não pavimentadas, logo que
os resíduos chegam ao chão de terra, eles são absorvidos e começam a infiltrar.
O
que chama atenção nessa problemática é um elemento químico proveniente da
gasolina que é altamente cancerígeno, o chumbo; elemento que, provavelmente
pode ser encontrado nas águas subterrâneas contaminadas da cidade. O Prof. Dr.
Geólogo da Universidade Federal do Amapá, Valter Gama de Avelar, ressalta que “essa
água contaminada dos lençóis freáticos chega às casas da população através dos
poços amazonas - poços rasos de 5 ou 6 metros que retiram água da primeira
camada do lençol”.
Segundo
Valter Avelar, para solucionar o problema, “primeiramente nós temos que ter
coleta seletiva, principalmente dos resíduos sólidos; e rede de esgoto, para
que pelo menos, 50% dessa água seja levado para uma estação de tratamento”.
Portanto,
como na cidade não tem rede de esgoto e coleta de resíduos sólidos para toda a
população, entende-se que grande parte dos lava-jatos está poluindo de alguma
forma os lençóis freáticos e como também não tem uma rede de abastecimento de
água de qualidade e que chegue para toda a cidade, as pessoas se veem obrigadas
a cavar poços em suas residências – muitos deles são poços amazonas, pois o
custo é menor.
Taemã Oliveira de Lima, em 27 de março de 2015.
Para a Rádio São José FM de Macapá.
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