sexta-feira, 1 de maio de 2015

Lava-jatos e poluição dos lençóis freáticos: uma questão de saúde pública




A falta de saneamento básico na cidade Macapá é responsável pela poluição dos lençóis freáticos e oferece perigo à saúde da população
A questão dos estabelecimentos de lavagem de carros vai muito além do desperdício abundante de água. Em uma lavagem de carros, além de lama, retiram-se graxa, gasolina, sabão e óleos oriundos de possíveis vazamentos ou de restos desses materiais que se aderem ao veículo, ao longo do tempo de uso.
Em ruas pavimentadas, a água com esses resíduos químicos escorre diretamente para o rio, áreas de ressacas, canais ou lagos, pois o asfalto é impermeabilizante, não permitindo o contato direto da mesma com o solo e, consequentemente, não ocorrendo absorção e infiltração da água. Já em vias não pavimentadas, logo que os resíduos chegam ao chão de terra, eles são absorvidos e começam a infiltrar.
O que chama atenção nessa problemática é um elemento químico proveniente da gasolina que é altamente cancerígeno, o chumbo; elemento que, provavelmente pode ser encontrado nas águas subterrâneas contaminadas da cidade. O Prof. Dr. Geólogo da Universidade Federal do Amapá, Valter Gama de Avelar, ressalta que “essa água contaminada dos lençóis freáticos chega às casas da população através dos poços amazonas - poços rasos de 5 ou 6 metros que retiram água da primeira camada do lençol”.
Segundo Valter Avelar, para solucionar o problema, “primeiramente nós temos que ter coleta seletiva, principalmente dos resíduos sólidos; e rede de esgoto, para que pelo menos, 50% dessa água seja levado para uma estação de tratamento”.
Portanto, como na cidade não tem rede de esgoto e coleta de resíduos sólidos para toda a população, entende-se que grande parte dos lava-jatos está poluindo de alguma forma os lençóis freáticos e como também não tem uma rede de abastecimento de água de qualidade e que chegue para toda a cidade, as pessoas se veem obrigadas a cavar poços em suas residências – muitos deles são poços amazonas, pois o custo é menor.

Taemã Oliveira de Lima, em 27 de março de 2015.
Para a Rádio São José FM de Macapá.





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