IES
aumentam mensalidade acima do teto permitido e perdem benefício do Governo
Federal
Por
Amanda Paiva
Erro
M321: O limite de financiamento disponibilizado para esta IES está esgotado
As novas regras do FIES tornaram um
pesadelo o sonho de muitos estudantes no Amapá. A vontade de ingressar em uma
faculdade foi impedida pela inadimplência de algumas instituições no Estado que
aumentaram a mensalidade acima da inflação e os alunos ou não puderam arcar com
os custos ou perderam o financiamento do Governo Federal.
Estudantes tentam abrir novos contratos
desde que o site do SisFIES passou a aceitar inscrições para o primeiro
semestre. Mas não tem sido fácil. Há muitas reclamações de que a página trava e
o sistema é muito lento, o que prejudica a continuidade no processo. Além
disso, mensagens de erro surgem no início da página alegando que as faculdades
não possuem mais vagas disponíveis.
Yves Gurgel, 16, é um caso concreto
desse problema. O jovem tentou iniciar o curso de Direito na Faculdade Estácio
Seama contando com os possíveis benefícios do FIES. Após frequentar um mês de
aula, teve que cancelar a matrícula porque não conseguiu o financiamento, mesmo
após muitas tentativas. “Tentei tantas vezes que até já perdi as contas. Fiquei
acordado várias madrugadas por achar que o acesso era menor, mas não deu certo.
No final sempre dava erro e dizia que o limite estava esgotado”, desabafa o
estudante.
O mesmo acontece com Marcinéia Leal,
26, assistente administrativa em um escritório de advocacia, que pretendia
cursar Direito na Faculdade Estácio Famap. Ela conta que o salário não é
suficiente para pagar a mensalidade, então teria que recorrer ao FIES. No
entanto, as falhas no site de inscrição são tantas que ela teve que desistir
antes mesmo de começar o curso. Relata ainda que foi difícil até para conseguir
a senha de acesso para o cadastro. E mesmo depois que conseguiu, não passou
mais da fase que simulava o financiamento, porque a página fechava e voltava
para a tela inicial.
De
acordo com Aloizio Mercadante, Ministro da Casa Civil, em entrevista coletiva
transmitida pela TV NBR, é importante a medida de restrição ao valor das
mensalidades adotado de acordo com os 6,41% referente ao cálculo da inflação,
pois antes o reajuste era feito a partir da autonomia de cada universidade de
ensino privado. Ou seja, a faculdade tinha total liberdade de mudar os preços,
e os estudantes não percebiam a diferença disso, porque o pagamento da dívida é
feito em parcelas muito pequenas durante dez anos ou mais.
Posicionamento
Quando
procuradas, as instituições Estácio Seama e Estácio Famap, afirmaram ter feito
o ajuste das mensalidades acima do teto permitido, chegando aos 6,48%. Mas não
sabem o número de vagas que foram disponibilizadas, nem a forma como houve essa
distribuição. Desconhecem, ainda, se foi determinado de acordo com a faculdade
como um todo ou por curso.
A
Diretora Geral da Faculdade Estácio Seama, Aline Búrigo, diz que é tudo
novidade, nunca houve trava quanto ao valor do reajuste das matrículas e
somente esse ano o MEC criou um teto que dá limitação. “O nosso valor foi de
6,48% e o Governo nesse ano acabou criando uma trava de 6,41%. Os novos
critérios foram definidos ao longo do percurso, não foram previamente
combinados, nem divulgados”, conclui.
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