quinta-feira, 19 de maio de 2016

MARIA VEIO DOBRAR MINHA RAZÃO AO SEU AMOR MATERNO

Maria veio dobrar minha razão ao seu amor materno

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Hoje, dia 28 de abril, a Igreja celebra São Luís Maria Grignion de Montfort. Esse santo é conhecido por sua grande devoção à Virgem Maria, o que o levou a fundar a Companhia de Maria e a escrever o preciosíssimo Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem. No dia de sua memória litúrgica e também de sua páscoa, é impossível não lembrar da consagração a Jesus por meio de Maria, proposta pelo Tratado.
A primeira vez que ouvi falar do Tratado foi no meu postulantado na Comunidade de Vida da Comunidade Católica Shalom (postulantado é o primeiro ano de experiência na Comunidade Shalom). Minha vida de fé, muito racional e pouco humilde, não conseguia ainda acolher esse convite de Nossa Senhora. Rezava o terço como grande auxílio para viver bem dia a dia os desafios da vida missionária. Mas foi no meu discipulado (logo após o postulantado, é o ano formativo na Comunidade) que Maria veio dobrar minha razão ao seu amor materno.
Logo que cheguei ao discipulado, deparei-me com a história de vida de Padre Pio. Era um absurdo, para mim, conceber uma vida tão extraordinária, cheia de grandes feitos de Deus. Vi que a vida do padre santo estava intimamente ligada à sua devoção à Virgem Maria, através, principalmente, da recitação constante do Santo Rosário. Minha cabeça racional logo deixou de lado a vida de Padre Pio e a devoção à Virgem. Era fé demais pra mim…
Coloquei Maria à prova, e pedi-lhe que me desse um sinal concreto de que a consagração pelo Tratado seria vontade de Deus para mim. Mas Nossa Senhora não tardaria em revelar seu cuidado por mim, por minha salvação. Três acontecimentos abriram meu coração. No dia do retiro pessoal para a missa de ingresso, diante do ícone da Porta do Céu, em um dos jardins no discipulado, ao olhar para baixo, encontro, entre a grama, uma medalha de Nossa Senhora. Foi surpresa maior quando verifiquei que do lado oposto da medalha havia a imagem de São Padre Pio. Surpreendida pelo acontecimento, minha pouca fé explica o ocorrido com meras e infinitas possibilidades do mundo das coincidências. Não falei com ninguém sobre a medalha.
O segundo acontecimento deu-se em um dia de faxina, quando tirei da cama o colchão para pegar um pouco de luz solar. Antes de colocá-lo no chão, varri com bastante atenção o local, para que ficasse bem limpo e não sujasse muito o colchão. Ao final da faxina, fui colocar o colchão de volta na cama e, ao levantá-lo, brilhou em cor de prata uma medalha de Nossa Senhora, exatamente no meio do espaço onde ele tinha ficado a tarde inteira. Para minha surpresa ainda maior, o lado oposto da medalha trazia a imagem de Padre Pio. Mais uma vez: “Foi mera coincidência!”.
Alguns dias depois, recebo uma carta da minha irmã dizendo-se feliz pelo meu ingresso no discipulado. Ela contava que estava rezando por mim, intercedendo junto à Virgem Maria por minha vocação, e mandava dentro do envelope uma pequena lembrança: uma medalha de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro. Para minha surpresa, sim, do lado oposto estava a imagem de Padre Pio.
Você diria que três acontecimentos desse tipo ainda podem ser pura coincidência. Concordo. Foi isso que eu também pensei! Esses pequenos sinais não me convenceram a viver a consagração a Jesus pelo Tratado da Verdadeira Devoção à Virgem Maria. O motivo poderia ser um coração duro ou medo de me comprometer, ou só burrice mesmo. O fato foi que, não com pouco atrevimento, disse à Nossa Senhora que, se realmente era vontade de Nosso Senhor Jesus Cristo que eu fizesse a consagração para ser escravo Dele, por meio de suas mãos maternas, ela me desse um sinal definitivo.
Eu disse também à Virgem Maria que, por afinidade, admiração, e besteira minha também, eu só me consagraria a ela se fosse no dia de sua aparição em Guadalupe no México, 12 de dezembro. Disse que se aquela era mesma a vontade de Nosso Senhor, que ela me desse um sinal de sua parte, que acontecesse exatamente há 33 dias do dia da aparição. E a Virgem Maria, pobre, humilde, dignou-se a atender esse capricho.
Em um domingo, eu observava à grande distância uma conversa acalorada, quando minha amiga Germana me chamou atenção sobre o que Nalvinha, que visitava nossa casa, estava dizendo, e a fez repetir em alta voz, até ser ouvida onde eu estava: “O inferno inteiro se levanta para que aqueles que Nossa Senhora chama não se façam escravos do Senhor por meio de Maria”. A frase bateu fundo no coração há exatos 33 dias antes do dia 12 de dezembro, o número de dias necessários para fazer a preparação segundo o Tratado.
Decidi, então, fazer a preparação. Mas no auge da arrogância e do atrevimento, pedi ainda à Virgem Maria que em 12 de dezembro, dia de sua aparição em Guadalupe, desse-me uma experiência com a Santa Eucaristia, para conhecer melhor Aquele de quem me tornaria escravo para sempre, e como sinal concreto de que Ele aceitara minha oferta. E assim aconteceu. Tive uma grande experiência com a Santa Eucaristia, com Jesus que se ofertava em serviço. A partir de então, vivo minha servidão incondicional a Jesus, por meio de Maria, esforçando-me para recitar sempre o Santo Rosário, mas principalmente, durante a Santa Comunhão na missa, pedindo emprestado o coração humilde de Maria, para que Jesus seja recebido em mim de forma digna, e que eu possa contemplar o encontro entre Ele e Maria, e nessa contemplação tenha meu coração transformado.
Espero que o seu coração não seja tão resistente quanto o meu, e que você procure conhecer melhor a consagração a Jesus por meio de Maria, que Deus nos concedeu como presente pelas mãos de São Luís Grignion de Montfort. Dedique um tempo à Virgem Maria, por mais curto ou simples que seja. Ela sempre vai acolher, seu coração é pobre e, como mãe, está sempre a nos receber. Do pouco, ela fará muito.
São Luís Grignion de Montfort, intercedei por nós!
Virgem Santíssima, rogai por nós!

Eduardo Martins
missionário da Comunidade Católica Shalom

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